Uma investigação preliminar sobre a observação de temperaturas regionais na pele após cargas cumulativas de treinamento em triatletas durante um acampamento de treinamento
Estudo realizado por QUESADA, J. I. P.; CASADO, F. O.; SORIANO, A. G.; CARPES, F. P.
Há resultados controversos na literatura sobre o conceito de que a carga cumulativa de treinamento pode afetar a temperatura basal da pele nos dias seguintes às sessões de treinamento. Sendo assim, o estudo teve como objetivo medir a temperatura da pele em triatletas durante um acampamento de treinamento com carga cumulativa de treino.

Dez triatletas amadores do sexo masculino no acampamento de treinamento foram submetidos a medições de percepção de dor e fadiga (escala visual analógica), temperatura da pele (termografia infravermelha) e performance de salto (teste de salto contra movimento) antes, um dia, e dois dias após o início do período de treinamento. Todas as medições foram realizadas antes do café da manhã.

A altura do salto não diferiu entre os dias (p > 0,05). A percepção de fadiga aumentou após o primeiro e o segundo dias de treinamento para a maioria das regiões do corpo (p < 0,05). A percepção da dor aumentou após dois dias de treinamento (p < 0,05). As temperaturas média e máxima da pele aumentou após o segundo dia de treinamento para a maioria das regiões do corpo (p < 0,05).

A temperatura da pele em algumas regiões do corpo estava diretamente relacionada com a massa muscular e o volume semanal de treinamento e inversamente relacionada com a percepção de fadiga (p < 0,05 e R2 > 0,4). Possíveis explicações desses resultados, em comparação com estudos anteriores, podem incluir a influência do controle dos fatores intrínsecos e extrínsecos relacionados à avaliação da temperatura da pele (por exemplo, a hora do dia, ausência de dor muscular, controle diário da atividade). Esses resultados preliminares têm importante implicação no uso de dados de temperatura basal da pele para monitorar a recuperação do exercício, o que demanda mais pesquisas.

Destaques:
- A temperatura da pele aumentou após o treino para a maioria das regiões do corpo.
- A variação da temperatura da pele estava relacionada com a massa muscular e o volume de treinamento semanal.
- A variação da temperatura da pele estava inversamente relacionada à percepção de fadiga.
- Foram fornecidas explicações desses resultados em comparação com estudos anteriores.
QUESADA, J. I. P.; CASADO, F. O.; SORIANO, A. G.; CARPES, F. P. A preliminary investigation about the observation of regional skin temperatures following cumulative training loads in triathletes during training camp. Journal of Thermal Biology. V.84. Elsevier: 2019, p. 431-438.